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29 / mar / 2023
IPCA-15 desacelera alta em março a 0,69%, mas combustíveis pesam.

IPCA-15 desacelera alta em março a 0,69%, mas combustíveis pesam.

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,69% em março, sobre alta de 0,76% no mês anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A desaceleração e o índice se aproxima dos 5% em 12 meses, mas a pressão exercida pela gasolina ainda compensa o aumento mais fraco dos preços de alimentos.

A desaceleração do índice considerado prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA, vem na esteira de avaliação do Banco Central de que expectativas de inflação desancoradas demandam maior atenção na condução da política monetária. Com o alívio no avanço do índice, o IPCA-15 acumula em 12 meses até março alta de 5,36%, de 5,63% em fevereiro.

A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de altas de 0,65% no mês e de 5,30% em 12 meses. A expectativa no mercado é de que a inflação deve permanecer elevada à frente, ainda que desacelerando de forma gradual.

"A inflação continua a recuar [...] graças ao efeito de um real relativamente estável, queda dos preços de matéria-prima, impacto da política monetária apertada e dificuldades da demanda doméstica", avaliou Andres Abadia, economista-chefe para América Latina da Pantheon Macroeconomics, prevendo queda da inflação para 3,5% em junho e fechando o ano a 5,8%.

O Banco Central decidiu nesta semana manter a Selic (taxa básica de juros) em 13,75% e não indicou um eventual afrouxamento à frente, o que voltou a irritar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O BC disse que irá perseverar até se consolidar não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. "A despeito da surpresa benigna em março, os núcleos ainda operam bastante acima do teto do regime de metas, o que deve justificar a manutenção da Selic em 13,75% ao longo do ano — também milita por esse cenário a desancoragem das expectativas mais longas, que deve se manter inalterada mesmo após esse IPCA-15 de março", afirmou Leonardo Costa, economista da ASA Investments.

Autor/Veículo: Folha de São Paulo

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