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24 / mar / 2022
Além do etanol: Diesel verde e querosene renovável são novas apostas do Brasil nos biocombustíveis.

Além do etanol: Diesel verde e querosene renovável são novas apostas do Brasil nos biocombustíveis.

Em uma cidade com pouco mais de 35 mil habitantes chamada Villeta, localizada acerca de 35 quilômetros de Assunção, capital do Paraguai, o grupo brasileiro ECB Group (holding com investimentos e participações estratégicas em negócios sustentáveis, com foco no Agronegócio e em Energias Renováveis) está investindo cerca de US$ 800 milhões em uma usina que produzirá os combustíveis do futuro.

A empresa visa fabricar à partir do ano de 2025 os combustíveis: diesel verde (HVO) e querosene de aviação renovável, qual inclusive, segue com toda produção que será fabricada até 2030 vendida para as companhias Shell e a BP (British Petroleum).

Além dos combustíveis acima, a empresa ECB Group tem se empenhado juntamente com outros empresários do ramo para regulamentar o uso do HVO (sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado) no país. O óleo chega a emitir até 85% menos de gás carbônico que o diesel comum e pode ser usado em veículos a diesel sem que os motores precisem ser adaptados. Ele é produzido a partir de óleo de cozinha, óleo vegetal, óleo de palma, soja, girassol, e gorduras animais, que reagem com o hidrogênio e sem dúvida auxiliariam não só para diminuição do efeito estufa como amenizaria a poluição atmosférica.

Apesar de haver apenas um projeto anunciado para o País até o momento e a regulação ainda estar indefinida, o HVO – e outros biocombustíveis – têm grande potencial no Brasil, vez que além de possuir um mercado promissor contribuirá para a descarbonização da economia.

A experiência do Brasil com o etanol e a possibilidade de a agricultura oferecer matéria-prima para a indústria são os fatores mais importantes que podem impulsionar o setor de combustíveis avançados no país, alavancando também o agronegócio.

O potencial é tão latente e a demanda por combustíveis de baixa emissão é tão alta que empresas estrangeiras estão incentivando a exploração da indústria no País. O diretor-geral da Boeing no Brasil, Landon Loomis, por exemplo, afirma que o Brasil pode ser um dos principais parceiros da indústria aérea na produção de combustível sustentável de aviação.

Além da criação de combustíveis sustentáveis para o uso em caminhões, ônibus e aviões, a indústria também trabalha em uma tecnologia relativamente nova para os carros, o etanol de segunda geração (E2G).

A Raízen, por exemplo, fabrica E2G em Piracicaba (SP) desde 2015 e, agora, está construindo sua segunda unidade do produto em Guariba (SP), que terá o dobro de capacidade da primeira.

Como este produto é produzido a partir de resíduos da fabricação do etanol tradicional (palha e bagaço da cana-de-açúcar), o E2G não aumenta a necessidade de cultivo da cana, além disso também contribui para diminuição do efeito estufa e dimunição da poluição atmosférica, tornando-o assim, altamente atraente.

Autor/veiculo: Luciana Dyniewicz, Estadão; Minaspetro.

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