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19 / abr / 2022
Novo presidente da Petrobras diz que não alterará política de preços.

Novo presidente da Petrobras diz que não alterará política de preços.

O novo presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, tomou posse na quinta-feira (14/4) na sede da empresa, no Rio de Janeiro e indicou que possivelmente não alterará a política de preços da empresa, que acompanha as cotações internacionais do petróleo. Isso porque, no discurso que fez, destacou que o valor de mercado é condição necessária para criação de um ambiente de negócios competitivos, atração de investimentos e novos agentes econômicos no setor, além de garantir o abastecimento do mercado interno.

Ele observou que somente com a consolidação desse cenário é que se permitirá elevar o aumento da concorrência, cujo maior beneficiário, segundo ele, é o consumidor brasileiro. "É importante ressaltar que, embora sejamos autossuficientes e exportadores de petróleo, somos importadores de vários combustíveis, como gás de cozinha, gasolina, diesel e querosene de aviação, o que impõe a agentes de mercado e governo federal grandes desafios para a garantia de abastecimento", disse.

O novo dirigente da empresa defendeu, ainda, uma melhor comunicação com a população para que se possa melhorar o entendimento da política de preços da petroleira. "Muitas vezes, não conseguimos ter comunicação que chegue de forma palatável para o povo brasileiro. Maior interação com Congresso Nacional, com Executivo Nacional", explicou.

Com essa breve inserção no primeiro discurso como CEO, Coelho se mostrou alinhado às falas do presidente Jair Bolsonaro, que nos últimos dias afirmou que a decisão de trocar o comando da petroleira buscava “dar mais transparência” à política de preços de combustíveis da empresa. “A Petrobras não usa o seu marketing, ela não fala”, criticou o presidente da República na última semana.

No entanto, parece simples atribuir a questão de “comunicação” à insatisfação da população com o aumento de preços de combustíveis. Especialistas elogiam a busca da empresa por maior clareza a respeito da política de preços, mas ressaltam que os problemas da companhia vão muito além.

Bolsonaro optou por trocar o CEO da Petrobras, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, em março, depois dos aumentos de preços de combustíveis. Atualmente, a companhia pratica preços alinhados ao mercado internacional, que tiveram um forte aumento nos últimos meses devido à guerra na Ucrânia.

Coelho também reforçou a defesa da continuação da venda de refinarias da empresa, como já havia feito entre abril de 2020 e outubro de 2021, período em que foi secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), quando se tornou próximo do ministro Bento Albuquerque. “Tal cenário leva ao aumento da concorrência, com benefícios para o consumidor brasileiro”, defendeu.

No mais, o executivo apontou que a empresa vai continuar seguindo a mesma estratégia que adota desde 2017: buscar manter o endividamento controlado e focar investimentos na exploração e produção em áreas de águas profundas e ultraprofundas, com a venda dos ativos de menos interesse da companhia.


Autor/Veículo: Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).

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