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18 / mai / 2022
Os preços da gasolina e do diesel vão cair se a Petrobras for privatizada?

Os preços da gasolina e do diesel vão cair se a Petrobras for privatizada?

A proposta de fazer estudos para uma eventual privatização da Petrobras, anunciada pelo novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, não garante que os preços dos combustíveis (gasolina e diesel) vão cair no Brasil, segundo especialistas.

Tudo depende da flutuação do preço do petróleo, das margens de refino e do câmbio. Especialistas dizem que não há relação direta entre a privatização da Petrobras e os preços dos combustíveis.

Os preços dos derivados de petróleo, como gasolina e diesel, seguem as cotações internacionais. Significa que têm, como referência, os preços dos produtos no mercado global, em dólar.

Outras variáveis que pesam no preço são as atividades de distribuição e revenda; a adição de biocombustíveis e, por fim, os impostos.

A demanda doméstica de combustíveis no Brasil é atendida pela produção nacional, a partir de refinarias instaladas no país, a maioria delas da Petrobras, e pela importação. “Não há como praticar preços artificias”, diz um executivo do setor.

Se isso for feito, como ocorreu no passado, o risco é de prejuízos para a Petrobras e de falta de abastecimento.

Haveria, porém, formas indiretas de reduzir os preços finais aos consumidores.

Uma delas seria usar os recursos oriundos da privatização para formar um fundo que permita reduzir os impostos cobrados sobre os combustíveis, disse uma fonte da indústria.

Especialistas dizem que o que vai levar, efetivamente, a mudanças estruturais nesse mercado é o aumento da competição no setor de refino, com a entrada de novos agentes.

Com a Petrobras privatizada, haveria maior concorrência no mercado de refino e distribuição?

O mercado de distribuição hoje no Brasil já é pulverizado. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de março, 27,5% do diesel consumido no mês foi distribuído pela Vibra Energia (antiga BR-Distribuidora), outros 20,7% pela Raízen e 19,3% pela Ipiranga, com os restantes 32,5% sendo atendidos por diversas empresas menores, de atuação local.

No caso do refino, o cenário é diferente. A maior parte da capacidade de produção de derivados de petróleo no país é da Petrobras.

A exceção é a Refinaria de Mataripe, vendida no ano passado e que, em março, entregou 13% da produção nacional de derivados, segundo a ANP. Há ainda algumas refinarias de pequeno porte em mãos privadas.

Nesse cenário, uma medida que poderia ajudar a reduzir os preços seria uma maior competição no mercado de refino, aponta D’Elia.

Segundo ele, isso será possível com a venda das refinarias da Petrobras. “É a competição que faz os preços se estabilizarem.

É o livre mercado que vai dar mais competitividade dos preços dos combustíveis”, diz.

Autor/Veículo: Valor Econômico e Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis). https://www.fecombustiveis.org.br/noticia/os-precos-da-gasolina-e-do-diesel-vao-cair-se-a-petrobras-for-privatizada-/249816

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