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10 / mai / 2022
Postos mencionam o racionamento seletivo com aumento da defasagem de preços.

Postos mencionam o racionamento seletivo com aumento da defasagem de preços.

A elevada defasagem entre os preços internos dos combustíveis e as cotações internacionais elevou a pressão do setor por reajustes da Petrobras, principalmente no caso do diesel, que se descolou das cotações internacionais do petróleo nas últimas semanas.

Distribuidoras e importadores alertam para o risco de restrições no abastecimento em regiões que têm maior dependência de importações, como o Nordeste. Para os postos, está havendo um "racionamento seletivo" na oferta dos produtos.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), na última quinta-feira, 5, o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras estava R$ 1,59 abaixo da paridade de importação, conceito que simula quanto custaria trazer o produto dos Estados Unidos.

Na gasolina, a defasagem é menor, de R$ 0,80 por litro. Ainda assim, é o maior valor desde o dia 10 de março, um dia antes dos aumentos promovidos pela Petrobras para acompanhar a alta do petróleo após o início da Guerra da Ucrânia.

Nos 56 dias desde os últimos reajustes, a defasagem no preço do diesel subiu R$ 1,34 por litro. Na gasolina, a alta acumulada é de R$ 0,49 por litro. Segundo a entidade, há hoje defasagem em todos os pólos de importação de combustíveis no país.

A Petrobras diz que não repassa imediatamente ao consumidor as volatilidades do mercado internacional, mas o longo período de defasagens preocupa o mercado, já que parte da demanda de gasolina e diesel no país é atendida por produtos importados.

As importações são feitas pela Petrobras, por grandes distribuidoras de combustíveis e por empresas independentes, que fornecem também para distribuidoras de menor porte.

Os dois primeiros grupos têm capacidade para diluir as perdas em seus altos volumes de venda, mas as empresas menores alegam que prejuízos na compra de produtos importados podem levar a graves dificuldades financeiras.

O presidente da Federação do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda, diz que a situação provoca um "racionamento seletivo" no setor, ao reduzir o poder de competição das empresas menores.

"Aquelas distribuidoras pequenas, que têm compra muito menor das refinarias, não conseguem fazer a importação, pagando muito mais caro e misturando com produtos que compram da Petrobras aqui", diz o presidente da Fecombustíveis. "Então, acabam alijadas do processo".

O mercado espera que a Petrobras tome a decisão por reajustes em breve. "Considerando o modelo vigente de governança, acreditamos que um aumento de preço pode ocorrer no curto prazo", escreveram, em relatório, os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, do Goldman Sachs.

Eles avaliam que as elevadas margens de refino ainda garantem bom resultado à Companhia na venda de combustíveis, mas que a elevada defasagem pode desencorajar importadores a complementar a oferta dos produtos.

Autor/Veículo: Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis)

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