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09 / mar / 2021
Preço do diesel já é superior ao praticado antes da greve dos caminhoneiros de 2018.

Preço do diesel já é superior ao praticado antes da greve dos caminhoneiros de 2018.

Com os últimos reajustes promovidos pela Petrobras em suas refinarias, o preço do diesel nos postos brasileiros já superou os patamares atingidos antes da greve dos caminhoneiros que paralisou o país em 2018.

Ontem (8), a estatal anunciou novo aumento, de 5,5%, que deve frustrar as expectativas de queda geradas pela isenção de impostos federais na semana passada. A gasolina também subirá a partir desta terça (9), em 8,8%.
De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o litro de diesel era vendido na semana passada, em média, a R$ 4,23.

É o terceiro maior valor da série histórica da pesquisa de preços da agência, iniciada em 2004. Fica atrás apenas dos valores verificados nas duas últimas semanas de maio de 2018, quando o diesel era vendido, em valores corrigidos pela inflação, a R$ 4,26 e R$ 4,30 por litro, respectivamente.

Na comparação com as semanas que antecederam a paralisação, o preço atual já é maior: na primeira semana de maio de 2018, em valores corrigidos, o litro do diesel era vendido nos postos a R$ 3,94, em média.

A escalada atual ocorre mesmo com o petróleo em níveis mais baixos do que no período da greve. No primeiro dia de junho daquele ano, a cotação do Brent chegou a tocar os US$ 80 (cerca de R$ 300 pela cotação da época, em torno de R$ 3,70).

Agora, o petróleo está perto dos US$ 70, mas o real está muito mais desvalorizado, em torno dos R$ 5,80, pressionado pela crise fiscal e pelos erros na condução da política econômica do governo Jair Bolsonaro (sem partido) em meio a um cenário de juros mais baixos.

Com petróleo em recuperação após o pior período da pandemia e dólar depreciado, a Petrobras promoveu cinco reajustes no preço do diesel apenas em 2021, com alta acumulada de 41%. O repasse às bombas já soma 16,7%, segundo a ANP.

Os dados da agência ainda não captam os repasses do reajuste desta terça. Por outro lado, também não sofreram impacto da isenção de PIS/Cofins anunciada pelo presidente Bolsonaro há duas semanas, o que garantiria um desconto de R$ 0,30 por litro.

A escalada do preço dos combustíveis ocorre em meio ao recrudescimento da pandemia, que deve ter impactos no mercado de trabalho e na renda dos brasileiros, e pressionam as projeções de inflação para o ano. Nesta segunda, especialistas ouvidos pelo relatório Focus, do Banco Central, elevaram suas expectativas para o IPCA de 2021 de 3,87% para 3,98%.

Nos comunicados em que informa os reajustes, a Petrobras tem defendido a política de preços, dizendo que o alinhamento às cotações internacionais "é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às regiões brasileiras".

Autor/Veículo: Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).

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