Privatizar a Petrobras é uma escolha da sociedade, diz Adolfo Sachsida.
O Ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse que cabe à sociedade escolher se a Petrobras será uma empresa estatal ou privada. “Não dá para achar petróleo no pré-sal e a empresa dizer que é pública para ter prioridade, mas justificar que é privada quando o preço da gasolina aumenta”, afirmou Sachsida, durante o painel “O Desafio Energético do Brasil”, na Expert XP 2022.
“Eu tenho a minha preferência e quero ela privada”, complementou o ministro. Ao assumir o MME, em maio deste ano, uma das primeiras iniciativas de Sachsida foi encomendar estudos para a privatização da petrolífera. Questionado se há chances da proposta de privatização ser enviada ao Congresso ainda este ano, ele afirmou que o ministério estuda essa possibilidade.
“Mas um projeto deste tamanho, você precisa ter muita segurança para gerar competição e acima de tudo ter consensos para poder avançar”, disse Sachsida. O ministro criticou a demora da petrolífera em vender suas refinarias. “Tem um termo de ajuste de conduta, tem que ser feito”, disse.
Sachsida evitou comentar a atual política de preços da petrolífera. “Nós não controlamos o preço do barril, mas se o dinheiro vier para o Brasil, o câmbio será valorizado e vamos conseguir uma redução estrutural correta no preço dos combustíveis”, disse.
O ministro acredita que essa dinâmica se beneficiaria de uma realocação de portfólios de investimentos globais, buscando um porto seguro no Brasil. “Vamos aprovar marcos legais, criar um ambiente favorável para investimentos e o preço [dos combustíveis] vai cair naturalmente”, afirmou.
Sachsida diz que não dá palpite na Petrobras e que seu papel foi levar um presidente para a companhia que estivesse acostumado com competição. “Eu prefiro mais competição, porque você dilui o poder”, disse o ministro. “Enquanto ministro de Minas e Energia, saibam de uma coisa: eu vou gerar competição no setor, é bom que ela [a Petrobras] aprenda a competir, porque vai ter competição. Essa é a única maneira de protegermos os consumidores brasileiros”, complementou.
Durante o painel, Sachsida afirmou que está fazendo mudanças no MME para fortalecer o segmento de mineração. “O nosso norte em mineração é o Canadá. Um país com respeito à sustentabilidade, que é exemplo do mundo, e uma potência mineradora”, disse o ministro.
Sachsida afirmou que aumentar tributos no setor é um “erro brutal”. "Temos que explorar essa riqueza de uma maneira ambientalmente sustentável e socialmente justa. Com isso, vamos beneficiar o meio ambiente, a população brasileira e os próprios estados e municípios vão crescer”.
Autor/Veículo: InfoMoney e Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).